No Bairro do Aleixo

domingo, fevereiro 27, 2005

Cides.

Alcides era o seu nome verdadeiro. Tinha 42 anos e foi notícia em alguns jornais. Morreu com um tiro nas costas durante a madrugada de ontem.

sábado, fevereiro 26, 2005

Uma flor no Aleixo

A seguir a ‘la scimia’ será talvez a mais influente mulher no Bairro. Perante o estado actual da nação e do município, decidiu reunir esforços contra o sistema político. Consultou traficantes, capiadores, simples eleitores, sociólogos e aspirantes a políticos, ecologistas, mercenários e marceneiros, dois enfermeiros, alguns jovens excluídos e meia dúzia de contrabandistas.
Decidiu candidatar-se à Câmara Municipal da cidade.
O slogan foi a primeira decisão: ‘Pelo nosso bairro, com uma rosa na lapela!

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

No Bairro do Aleixo, outra vez.

Tomamos conhecimento de algumas notícias que nos fizeram regressar três dias mais cedo ao Bairro. Quase que podemos dizer que, neste Inverno doloroso, encontramos ‘uma mão cheia’ de novidades.
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Alguma coisa mudou desde o último fim de semana. Não sei se devido às eleições ou a outro qualquer fenómeno. A verdade é que, agora, toda a gente parece interessar-se pelo Bairro. A primeira novidade é o número de pessoas que encontrei na rua: nunca no Bairro se tinha visto tantos carros pretos, de grande cilindrada, estacionados nas curvas, em cima dos passeios, a impedir a circulação de toda a gente.
Tantos senhores ilustres de fato escuro e com ar muito sério, alguns candidatos a secretários de estado e deputados em mudança de instalações.
Tantas senhoras louras de óculos escuros e casacos mais quentes do que uma dúzia de cobertores.
Ouviram-se comentários: ‘deve ser difícil e desconfortável obrigar os amigos a assistir ao nosso funeral no Aleixo.’
Apesar de todas estas ilustres visitas e de todas as tentações, não houve incidentes. O Brocas, numa atitude de respeito, dispensou toda a gente e fez um desconto na mercadoria vendida entre as três e as cinco da tarde.