Teresa III.
‘Aqui não se fia álcool!’ avisa um cliente com registo de calotes em todos os cafés das redondezas. Ele insiste que ‘é só um martini, depois vou a casa e trago o dinheiro.’ O café é como se fosse a casa de Teresa. Gosta de receber as pessoas com um sorriso, com uma piada. Quando não tem clientes, senta-se numa mesa a fumar e a folhear o jornal. Chama três amigos para jogarem uma sueca com ela. Tira três finos. Dois cafés com cheirinho. Faz duas tostas mistas. Não gosta quando os clientes bebem demasiado, nem quando fazem barulho. ‘Eu deixo ficar aqui o casaco!’, o cliente precisa mesmo de beber aquele martini para conseguir ir a casa e voltar. ‘É rápido.’ ‘Nem martini nem cerveja. Não fiámos bebidas.’, grita sem paciência a Teresa enquanto pousa as cartas e interrompe mais uma vez a partida para tirar outro café, mais dois finos e arrumar o jornal deixado aberto em cima de uma mesa. ‘Não vale a pena insistir!’
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