Vinagre II.
‘Hoje é só chapas novas, caralho!’ O Aleixo está agitado. Clientes de todo o país, cabeleiras loiras e sotaques estrangeiros.
Ao que parece a polícia está ocupada com actividades mais lucrativas e o terreno ficou livre para a primeira grande romaria de clientes deste Verão. Quase Verão. Não há mãos a medir. O Vinagre contratou um ajudante, por dois pacotes, para o acompanhar durante todo o dia.
‘E o que é que eu faço com isto?’, perguntou-lhe o ajudante que trazia um extintor na mão. ‘Gamei-o ali em cima!’ O Vinagre não prestou muita atenção ao facto. ‘Ouve lá! Eu trato da conversa com os gajos e convenço-os. Tu vais com eles à loja e dizes que é meu cliente. Do Binagre. Percebes?’, estava preocupado em explicar o método de trabalho a seguir. Olhava ansiosamente para todos os carros que paravam. ‘Isto hoje é só chapas novas. Foda-se! Temos que ser rápidos para ganhar algum.’
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