Foda-se, gamaram-me a bicla!
Há, ou havia até agora, um princípio básico entre moradores do Bairro. Nunca, mas nunca, se subtrai nada a quem reside aqui e muito menos a quem vota nas reuniões de Assembleia Geral da Comissão. Os chamados residentes com direito de voto.
Ora, um residente com direito de voto que, por acaso, não tem negócios ilícitos – ou melhor, não tem muitos negócios ilícitos – saiu para uma passeata dominical, de mão dada com a sua mais que tudo. Uma caminhada junto ao mar, com direito a gelado e tudo! Ao fim de quatro horas com muitos beijinhos e com uma grande tensão junto às peças de roupa interior, regressa a casa para uma ligeira refeição à base de torradas com mel e leite com chocolate. Abre a porta da torre onde mora. Diz olá a dois clientes que descem do primeiro andar. Lança uma vista de olhos ao vão da escada onde guarda a bicicleta com carretos de mudanças shimano. Vê o lugar da bicicleta e um balde vazio, que costuma lá estar por causa das inundações de Inverno. Olha para a porta. Vê os dois clientes saírem e a porta a bater. Aproxima-se uma rapariga. Empurra a porta, entra e sobe as escadas. Ele volta a olhar para o vão da escada e exclama: ‘foda-se, gamaram-me a puta da bicla!’
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