No Bairro do Aleixo

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Incursões pela Baixa

O Bairro tomou consciência de que existem transportes que facilitam a mobilidade urbana. Por momentos pomos de parte as manifestações de desagrado para apreciarmos as viagens de Metro. Saímos de casa de uns amigos em Ramalde ou – porque não? – do Viso e partimos em direcção à Baixa.
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Normalmente a mobilidade urbana está mais acessível à população mais jovem, estudantes e trabalhadores activos. No Aleixo, como sabemos, a ‘população activa’ não exerce actividades relevantes para fins estatísticos e as que existem estão muito confinadas ao primeiro andar da Torre Um. Assim, a mobilidade urbana da população do Aleixo é quase exclusiva de adolescentes com aspirações e dos adultos que decidiram divergir das orientações gerais.
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Há relativamente pouco tempo os nossos adolescentes descobriram – finalmente! – os prazeres do vandalismos urbano, metropolitano e subterrâneo. Correm pelo cais, fogem dos seguranças, gritam, sobem escadas rolantes que descem, puxam sinais de alarme, esticam carteiras, circulam sem ‘andante’, cospem no chão, insultam as velhinhas de Matosinhos e roubam o resultado de um dia no shopping. Não há segurança privada que aguente. O único problema é não haver grades para saltar, nem túneis suficientemente iluminados para pintar. ‘Os cromos da Senhora da Hora é que têm sorte. Têm umas grandes paredes.’, disse o Miguel enquanto se preparava para apanhar o trinta e cinco que o leva até ao Heroísmo, onde apanha a linha azul para mais uma tarde de emoções. Um amigo murmurou entre dentes ‘o spray não pega nos azulejos das estações...’
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E os comboios fazem paragens pequenas. Nem sequer dá para uma assinatura com classe.