Jim louco por ti.
Existe e não existe. É como se fosse uma homenagem à ficção breve portuguesa. Boa ou má. Tem o cabelo branco pelos ombros, bastante seboso. Passa os dias entre um cerveja n’ As Três Irmãs, uma conversa nas Varandas da Foz e uma sueca no Café Caetano. Não se mistura nos negócios do Bairro, dizem.
Olha fixamente para tudo o que move e raramente reage quando lhe dirigem a palavra. Quando fala usa uma voz grave, arranhada, e solta um hálito a tabaco velho, cerveja e bagaço. Aliás, todo ele está coberto por uma nuvem de odores que reflectem o exotismo de todos os cafés do Bairro e arredores. Um verdadeiro catálogo de marcas de bagaço, vinho barato, cigarros e cigarrilhas.
Gosta de cantar, mas esquece-se muito facilmente das letras das canções. Diz quem sabe que já foi uma das principais atracções do fado do largo do Ouro.
Há quem diga que está morto a esta hora. A todas as horas.
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