No Bairro do Aleixo

sábado, outubro 16, 2004

Lúcida.

Com uma orquídea na mão corre pela estrada abaixo em direcção ao Bairro. Corre ansiosa, como se a flor estivesse prestes a desaparecer, a transformar-se noutra coisa. Chegou com a chuva ao Bairro e talvez permaneça mais tempo. Continua a correr sem saber o que vai encontrar ao fundo da rua. Vê pessoas que passam por ela, que gritam, pessoas sem expressão. Corre. A seguir ao prédio onde se agitam vinte cabeças e um monte de braços vê um corpo deitado, cabeça inclinada, olhos vermelhos bem abertos. Um carro da emergência médica, uma botija de oxigénio. Aproxima-se com a flor muito apertada na mão, já quebrada. ‘Acabou de morrer.’, ouviu alguém dizer.

2 Comments:

  • Uma pergunta: isto é verdade?
    rui

    By Anonymous Anónimo, at 5:18 da tarde  

  • Se é verdade ou não, parece-me uma questão de pouca importância. De qualquer forma no Aleixo vive-se entre as verdades e as ficções. Nunca se sabe muito bem distinguir umas das outras.
    Espero (não) ter respondido à pergunta.
    hs

    By Anonymous Anónimo, at 1:59 da tarde  

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