Joana.
Era uma rapariga adolescente, tímida. Caminhava sempre com o olhar no chão e fingia não ouvir os piropos. ‘Está a botar corpo’, diziam-lhe às vezes. Ouvia ainda os trolhas que trabalham nos novos edifícios: ‘tão jeitosa... até fazia sanguinho!’ Quando não ia para o liceu passava os dias entre o Café Caetano e a loja de utilidades, onde a tia trabalha. Às vezes consentia em acompanhar um amigo pela rua abaixo. Nessas alturas era possível vê-la a caminhar de olhos levantados e a gesticular ao ritmo da conversa.
Há uma semana estava sentada na berma do passeio, triste, à espera de um amigo. Um carro desfez a curva mais depressa e não a viu. Atropelou-a. Morreu na ambulância a caminho do hospital. Não se sabe muito mais sobre esta personagem.
2 Comments:
Helder! começo a gostar de ti! Apetece-me tratar de ti! Imagino-me muitas vezes a brincar com o teu 'blog'... e isso excita-me! raios te partam!
By Anónimo, at 2:11 da tarde
Pois... brincadeiras com 'blogs' é que está a dar. Se te mantiveres atento(a), pode ser que um destes dias sejas convocado(a) para uma grande brincadeira... no Bairro do Aleixo!
hs
By Anónimo, at 6:10 da tarde
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