No Bairro do Aleixo

sexta-feira, março 05, 2004

Antes de entrar no Bairro do Aleixo

O Bairro do Aleixo é um conjunto de cinco torres, com cerca de 16 andares, situado a norte do Douro, na cidade do Porto, junto à foz do rio. Foi construído no final dos anos setenta e desde então é ocupado por um conjunto muito interessante de pessoas. Estes edifícios situam-se numa das zonas mais procuradas da cidade, junto ao rio, a dois minutos do mar e da foz velha, e foram construídos de forma a que nenhuma das janelas dos apartamentos tenha vista para o rio ou para a foz. Esta particularidade é, talvez, uma das características mais interessantes do Bairro.

Se por acaso estiver interessado em informações mais pormenorizadas sobre este ou sobre outros bairros sociais camarários da cidade do Porto deverá procurar bibliografia especializada e mais credível.

Para se chegar ao Bairro do Aleixo existem muitos caminhos possíveis. Se optarmos pela via mais normal, ou seja pelas ruas da cidade, temos as seguintes opções:

De táxi: apanhar um táxi e dizer ‘para o Bairro do Aleixo, por favor’. O taxista vai olhar para nós com desconfiança antes de meter a primeira. Quando lá chegar vai dizer ‘são seis euros, quer que espere?’. E nós dizemos ‘não, eu vivo aqui, obrigado’.

De autocarro: existem várias opções. O 35 é talvez a mais divertida. Da baixa para a foz, o 35 pára à entrada do Bairro do Aleixo, na Rua das Condominhas ou antes, na Rua do Campo Alegre, perto da garrafeira. No sentido inverso, da foz para a baixa, pára quase nos mesmos sítios mas do outro lado da rua. Para quem nunca lá foi, a forma mais fácil de reconhecer a paragem é estar atento à população. Quando saírem as pessoas magras, com olhar ansioso e a cheirarem muito mal, nós saímos a seguir.

Há ainda a possibilidade de, depois das nove da noite, apanhar o 78. Durante o dia o 37 também passa no Campo Alegre, mas não passa nas Condominhas e vai só até aos Aliados. Se por alguma razão falharem a paragem, não se preocupem, a próxima também vai lá dar e se não encontrarem o caminho, perguntem à primeira pessoa que virem: ‘onde é o Aleixo?’. Qualquer pessoa sabe o caminho mais curto para lá.

De carro ou a pé: tal como com as estações de comboio, há sempre vários caminho para lá chegar. Podemos explorar todos os dias um caminho novo, um atalho, umas escadas. No entanto há dois pontos de referência indispensáveis. O primeiro é para quem vem do lado do rio. Temos a marginal, temos a Cantareira, temos o Gás. Aí é sempre a subir até aos prédios altos. Pode-se perguntar ou simplesmente seguir as pessoas. Algumas das ruas que dão acesso ao Bairro deste lado são: Condominhas, Rua do Aleixo e uma nova rua, perto da cimenteira que ainda não deve ter placa com nome. Para quem vem da VCI, ou da Boavista, ou da baixa pelo meio da cidade, o ponto de referência é a Rua do Campo Alegre. Perto do hotel. Uma vez aí é só descer alguns metros. Pode-se ir pela Travessa das Condominhas ou pelo meio do novo condomínio mais ou menos vigiado que nasceu atrás do centro comercial do Campo Alegre. Tendo como base estes pontos de referência, é só deixarmo-nos perder nas ruas e encontraremos sempre novos motivos de interesse para dar um belo passeio nesta zona da cidade.

Antes ainda de avançarmos para o Bairro, convém dizer que não vamos entrar numa zona perigosa, não vamos entrar no paraíso, não vamos ser violados, espancados ou assaltados. Não vamos entrar no Rio de Janeiro português, não vamos sentir coisas nunca antes sentidas. Não vamos, enfim, ter experiências transcendentes. É no entanto aconselhável não abandonarem os objectos pessoais e não levarem jóias ou muito dinheiro. Ninguém vai querer assaltar, mas existem mercadorias caras à venda que pode ser difícil não querer comprar. Evitemos as tentações.